quarta-feira, 29 de abril de 2015

Adversários no PMDB, Cunha e Renan devem se juntar para derrotar veto de Dilma

Um dos dispositivos vetados é relacionado à lei que restringe a fusão de partidos
Foto: Divulgação

Quem disse que a nomeação do vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, como coordenador político do Palácio do Planalto resolve todos os problemas do governo com o PMDB?

Como se não bastasse a queda de braço entre os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com estilhaços para todos os lados, principalmente para cima do governo, hoje à noite haverá sessão do Congresso (ou seja, sessão unificada reunindo deputados e senadores) para analisar vetos presidenciais a projetos de lei aprovados pelo Parlamento.

E um dos dispositivos vetados é relacionado à lei que restringe a fusão de partidos. Dilma Rousseff vetou o trecho que concederia prazo de 30 dias, sem a punição de perda do mandato, para os parlamentares mudarem para um partido criado por meio de fusão. A justificativa da presidente para o veto foi a de que isso daria aos partidos resultantes de fusão o mesmo caráter de partidos novos.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já se manifestou abertamente contra o veto. Disse que tentará derrubá-lo, por acreditar que prejudica o PMDB. Aliás, uma opinião compartilhada por Renan Calheiros e toda a cúpula peemedebista. E disseminada em vários partidos.

A desconfiança generalizada é de que o Palácio do Planalto vetou o texto para promover a recriação do Partido Liberal (PL). O pedido de recriação do PL foi apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral no mês passado.

Recriado o PL, ele atrairia integrantes do PMDB e até de legendas da oposição. Depois, se fundiria ao PSD do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e possivelmente ao PROS, do ex-ministro da Educação Cid Gomes, que deixou o cargo após uma sessão de pancadaria verbal com Eduardo Cunha no plenário da Câmara.

Esse novo partido resultante da fusão do recriado PL com PSD, PROS e engordado por filiados de outras legendas poderia se tornar do tamanho ou maior que o PMDB, diminuindo a influência de Temer, Cunha, Renan & Cia no Congresso e no governo.

Tudo indica, então, que se trata de mais uma derrota anunciada do Palácio do Planalto no Congresso.

Mas vale esperar para ver.

Fonte: IG

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